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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Quem manda no mundo


A dissolução do bloco soviético, que disputou o poder do planeta com o bloco liderado pelos Estados Unidos da América (EUA) coincidiu com as políticas de Ronald Reagan nos EUA e de Margareth Tatcher no Reino Unido, que vieram “contaminar” o sistema de governo nos restantes países mais desenvolvidos.
Bandeira da UE


O apagamento do papel do Estado como garantia da proteção dos cidadãos e como regulador do sistema capitalista, implantou um novo estilo com a teoria de “menos Estado, melhor Estado”.
O sistema produtivo passou a ser jogado mais livremente e quase sem arbítrio, num tabuleiro de interesses como se tratasse de um jogo fictício de “Monopólio”.

As empresas cotadas na bolsa de valores para garantirem financiamentos ficaram à mercê da especulação, normalmente longe do real valor do que é produzido.

Os Estados ficaram à mercê de um poder financeiro centralizado em poucas instituições. As 50 maiores empresas do setor financeiro detinham em 2010 ativos no valor correspondente a 83% do PIB mundial. Essa “riqueza” corresponde a 4 vezes mais do que o valor detido pelas 100 maiores empresas do setor produtivo. Isso significa que o capital financeiro, que nada produz, passou a controlar e a dominar o setor que produz e os próprios Estados, com um capital fictício, fruto da especulação e do empolamento de valores.

Os ativos financeiros na posse do sistema bancário, dívida titularizada e capitalização do mercado bolsista representam um valor que é quatro vezes superior ao produto mundial. Ou seja, aqueles valores não existem, são produtos virtuais que são sobrevalorizados - a riqueza mundial é apenas um quarto dos valores que estão no “mercado”. Neste jogo incluem-se as dívidas dos países, que são penalizadas, sobrevalorizadas, para inflacionar o custo dos empréstimos que foram contraídos.


Os EUA, sendo o país com a economia mais poderosa no mundo, não escapam ao garrote das dívidas. Houve Estados americanos como a Califórnia que faliram, sem terem possibilidades de pagarem sequer os juros das dívidas, mas o Governo Federal garantiu a cobertura das contas, ao contrário do que teimosamente acontece na União Europeia (UE). Aqui, cada Estado é obrigado a contrair empréstimos (apresentados como “ajuda externa”) para ir pagando a dívida, com juros que são mais altos para os que têm mais dificuldades em pagar.

Obama

É um absurdo ou erro de cálculo do sistema financeiro? Seria muito ingénuo supor que nos centros de decisão, Banco Mundial (BM), Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e nos governos que mais não fazem do que cumprir as políticas que são ditadas por aqueles verdadeiros ditadores da política global, estejam incompetentes ou ignorantes. Pelo contrário, ditam a inevitabilidade de moldar as leis do trabalho, os níveis de retribuição do trabalho, as leis de proteção social e de defesa ambiental, de forma a garantir maior lucro. Porque o capitalismo tem a alternativa de “deslocalizar” as empresas produtivas para a China, Vietname, Sri Lanka e outros países onde a mão-de-obra barata, o trabalho infantil, a ausência de direitos e liberdades, garantem uma exploração mais lucrativa.

Putin


Na China o produto interno bruto por habitante é de pouco mais de 8 mil dólares por ano, por habitante, no Vietname pouco passa dos 3 mil. Nos EUA o valor é perto dos 50 mil e em Portugal passa dos 23 mil, mas é claro que a grande maioria da população não tem esse rendimento anual, porque a distribuição da riqueza é das mais assimétricas ou injustas da Europa.

Xi Jinping

As empresas produtivas maiores do mundo são do setor da exploração petrolífera e da produção de automóveis, nas dez maiores aparece apenas uma do setor da distribuição, ou seja, que prospera com o consumo dos cidadãos.

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