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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

6 Das Piores Manias Que Andam A Arruinar O Cinema

por Jorge Diniz


O cinema já não é o que era!- grita um senhor a passar num cinema.
E quantas vezes já não ouvimos isto ou pensamos o mesmo? Pois bem, deixo-vos aqui 6 das piores modas que os estúdios e produtores andam a impingir no cinema actual.

Adaptar Os Filmes Às Classificações
Não é das coisas que, pelo menos, o publico português tenha muito em conta, no entanto quando o filme é adaptado às classificações impostas pelos direitos dos estúdios e estatais há uma implicação quem vai muito além das restrições de idades.

O quão frustrante é saber que um franchise de que se gosta tem direito a uma nova cena e, no entanto, essa cena  tem que ser cortada para manter o filme com uma classificação de menores de 12 anos (PG-13 nos EUA)? Existem muitíssimos casos em que isto acontece e o filme é enfraquecido; casos em que existe violência a mais para os ‘censores’ ou linguagem imprópria que pode ferir as susceptibilidade dos que as receiam ouvir, num filme para o qual pagar para ver...

Felizmente existem as versões de realizador ou as un-cut que mais tarde aparecem em DVD ou Blue-Ray e lá nos revelam o ‘proibido’.  

Mercados-Alvo
Esta é das modas que mais se manifestam cada vez que a vimos.
Destacam-se, principalmente, em filmes de acção onde os realizadores escolhem o lugares das películas: o estrangeiro, na tentativa de apelar aos mercados de cinema em expansão. Um recente exemplo foi o Missão Impossível: Operação Fantasma e A Hora Mais Negra os quais se passam parcial ou totalmente na Rússia, um mercado que tem vindo a crescer nos últimos anos. 

Pelo que se tem ouvido, é de esperar que muitos dos próximos filmes de acção seguiam por este caminho. Não sendo das coisas piores que os cineastas possam fazer, nota-se que é forçado e desnecessário ao enredo, o que chega a ser desassossegador.


Prequelas
Ao que parece Hollywood anda aficionada com as prequelas. “Descubra como o horror começou”, dizem-nos enquanto nos apresentam a origem da história de, por exemplo, O Silêncio dos Inocentes ou Halloween. Mas é mesmo necessário informarem-nos isso?

Estas espécies de prequelas tiram o mistério todo aos originais e, na maioria dos casos, desenvolvem histórias e explicações terríveis que de certa forma arruínam a nossa memória das películas originais.


-Então mas não é o filme que estreou o ano passado? – Os Reboots

Quem não ficou surpreendido quando apresentaram o recente filme do Homem-Aranha como um novo e não como o Homem-Aranha 4?

Mesmo com as negociações falhadas com Tobey Maguire e Sam Raimi para a continuação do franchise seria mais sensato contratarem um novo Peter Parker ao invés de nos contarem de novo ao inicio da história. 10 anos depois da versão (tristinha) de Sam Raimi dão-nos O Fantástico Homem-Aranha que não passou de mais uma estreia com pouco sumo. E não se esqueçam do Hulk de Ang Lee (2003) e o outro Hulk de Louis Leterrier (2008), por exemplo.

É uma mania terrível que sugere que ou as audiências são idiotas com falta de memória ou os estúdios pensam que somos idiotas com falta de memória.


Remakes, remakes, remakes!!
Estão em todo lado. Em Hollywood quero dizer. O principal problema que a industria americana tem com os remakes é a forma como o fazem; não tentam sequer refazer filmes que valham a pena ser refeitos. Pegam num filme popular dos anos 70 ou 80, esperando explorar uma nova geração ignorante que nunca ouviu falar do filme original. Na maioria das vezes funciona, financeiramente falando. O problema agrava-se quando os estúdio decidem refazer filmes que são um portento do seu tempo. Os tempos eram outros e no nosso cenário contemporâneo agravam-se os problemas, já que os originais não foram produzidos para estes tempos.


3D
Quando o 3D é bom, ele é bom! Em quase todos os filmes de animação e Avatar (segundo a critica), não se faz muito caso da experiência e nota-se o empenho e dedicação em que os cineastas têm em procurar surpreender a audiência. 

O mesmo não acontece com o 3D pós-convertido que é apressadamente introduzido na pós-produção do filme; e os estúdios fazem mais um dinheirinho. Quantos filmes já não assisti e fui obrigado a tirar os óculos 3D dado que a imagem com e sem óculos era quase a mesma. É o resultado de fraca qualidade da pós-conversão. Um processo que habitualmente demora meses mas que para muitos é enfraquecido por razões de agenda.

(In)Felizmente, o número de filmes de que se aproveita o 3D são poucos, o que espelha a ganância e/ou preguiça dos estúdios. 
Esperemos que mais tarde ou mais cedo este acontecimento se torne raro e que seja usado com toda perfeição em filmes em que realmente lhes ‘fique bem’.


Fonte: WhatCulture

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