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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Rapariga Eléctrica

por Rodrigo Sá

Torna-se cada vez mais difícil fazer boa música em Portugal. De vez em quando aparece gente com talento e vontade de fazer bem feito, com capacidade para trocar as voltas e iniciar um novo período na história da música portuguesa, e tornar os valores referenciais mais elevados.

Ouvi durante o Verão, de duas pessoas diferentes, que temos de apoiar o que é nosso, porque é nosso, e boa música? Não há boa música actualmente. A boa música acabou nos anos 90. Blá, blá, blá e já vamos no século XXI.

Excelentíssimos, Os Rapariga Eléctrica ultrapassam qualquer um destes pressupostos. No primeiro caso porque são bons. Ponto. Poderia dizer que são extraordinários, excepcionais, excelentes, de outro mundo, seres sobredotados. Mas tudo isto iria parecer que estava a escolher as palavras para escrever sobre Os Rapariga Eléctrica. Então de forma directa, e para que toda a gente fique a saber o que se espera d’Os Rapariga Eléctrica, eles..? São bons. PONTO. E não precisam de mais nada.

Segundo, Os Rapariga Eléctrica vivem em 2012 e são bons. Portanto, mudemos o discurso:
-   ‘Bora lá ouvir boa música. Que tal Rapariga Eléctrica?
Sir Paul McCartney e Ringo Starr ainda estão por aí. Poderão ficar orgulhosos das influências que deixaram ao quinteto de Celorico de Basto e Matosinhos. Sir Mick Jagger irá desejar ter menos uns 40 anos para poder dançar e cantar sem reforços lícitos, ou ilícitos. Bob Dylan vai querer aprender português, os irmãos Gallaghar nem sequer se vão lembrar dos Oasis. E Jimi Hendrix? Podes continuar em paz. O teu legado está de saúde. E a Querida Sara, deve ainda dormir mal. Não deve ser fácil transportar consigo a inspiração para uma canção de amor, eterna, cantada em português de Portugal.



Há ainda alguma crítica social nos Rapariga Eléctrica. Ouça-se Tens de Sair, e muitos actuantes do panorama político português vêm-nos à cabeça.
As cinco canções agora editadas oficialmente serão uma referência futura para quem quiser fazer música com letra, ritmo e melodia. Há muito para descobrir no e.p. d’Os Rapariga Eléctrica. Dá para dançar agarrado a quem se ama, dançar como se não houvesse amanhã, aos saltos. Dá para sorrir, rir e até chorar um pouco. Podemos cantar refrões, ou até trautear em lá lá lá, porque assim é exactamente numa das canções.


Canção? Sim, canção. Uma palavra tão bonita, erradamente substituída na maioria das vezes pela palavra música. Canção é o resultado da arte Música. No caso dos Rapariga Eléctrica, pouco mais faz sentido na Música, pois as suas canções não precisam de mais nada.

Conhecer Os Rapariga Eléctrica é uma obrigação, pois a excelência da música deve estar acima de qualquer outra suspeita.




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